sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fadiga profissional


No mundo de hoje onde não sobra tempo para mais nada no nosso dia-a-dia, está se tornando comum o stress, a fadiga do profissional..... Devemos sempre guardar um tempo para nos divertir e esquecer um pouco da nossa vida corrida e cuidar da nossa saúde e do nosso bem estar....

A fadiga pode ser descrita como o conjunto de sinais produzidos por excesso de trabalho ou exercício prolongado, tendo como principal consequência a diminuição da capacidade funcional e cognitiva de manter, ou continuar o rendimento esperado. Este estado físico, ao reduzir as capacidades cognitivas, provoca uma diminuição da vigilância, da atenção, da percepção, um aumento do tempo de reacção e de tomadas de decisão, sendo que todos estes factores são considerados essenciais para a realização de uma condução segura e responsável.

Causas da fadiga

Condução e fadiga não são dois aspectos concursivos, mas incompatíveis nos riscos a que expõem o condutor. Com esse intuito apresentaram-se as principais causas da fadiga ao volante, elaborando uma explicação breve de cada uma delas.


• Poucas horas de sono. Quando não se dorme o suficiente, inicia-se uma “dívida de sono”, até que as horas de sono sejam repostas. O problema surge quando as horas de sono se acumulam em excesso e o organismo para compensar provoca sonolência em situações de pouco movimento físico, como o acto de condução, originando uma sensação permanente de cansaço (Rosenthal et al., 1993; Gillberg, 1995).

• Condução em horas impróprias. O organismo ao longo das 24 horas do dia assume ritmos naturais de acordo com a hora do dia, através do chamado “relógio biológico”. Este relógio regula a temperatura e os níveis hormonais, a digestão e muitas outras funções corporais, sendo influenciado por factores como a luminosidade. Assim, durante a condução nocturna, a temperatura corporal poderá situar-se no mínimo e o estado de alerta em situação idêntica, levando a que o organismo se encontre induzido para descansar, o que condiciona seriamente a aptidão para conduzir (Dinges, 1995).

• Grande esforço físico. A sentir-se exausto, o organismo procura recuperar forças através do repouso (McCartt et al., 1996).

• Trabalho intelectual intenso. Do mesmo modo que o organismo responde ao esforço físico, responde ao esforço mental (McCartt et al., 1996).

• Ingestão de bebidas alcoólicas, certos tipos de medicamentos e estimulantes. O efeito de bebidas alcoólicas é muito semelhante ao da fadiga. Consumir grandes quantidades de álcool antes de se deitar, interfere com a qualidade de sono, repercutindo-se no estado de alerta do condutor no dia seguinte (Kerr et al, 1991). Quem consome estimulantes em excesso, tais como o café e as bebidas com cafeína, enfrenta uma dependência que se fará notar no dia em que o condutor não os possa tomar (Lumley et al., 1987).

• Estilo de vida. O estado de stress desgasta física e psicologicamente o organismo, sendo normalmente suscitado pela tentativa de conciliação entre a vida profissional e familiar (Mitler et al., 1988).

• Doença. Algumas doenças como a diabetes, quando não controladas, podem resultar em cansaço. A obesidade, não sendo considerada uma doença, pode provocar distúrbios ao nível do sono. Outras doenças muito problemáticas para o acto de condução são a epilepsia e a narcolepsia (Broughton et al., 1984).

• Posição desconfortável ao conduzir, longo tempo de condução e temperatura extremas. Constitui também ocasião de desgaste para o organismo, que se refecte na qualidade de condução.

• Ambiente saturado. Qualquer alteração do ambiente de condução que se reflicta numa diminuição dos níveis de oxigénio, provoca um aumento do estado de sonolência.

• Monotonia do traçado da via. Quando se circula em vias monótonas, como as auto-estradas, o organismo relaxa e procura repousar, o que aumenta os níveis de fadiga. Foi realizado um estudo, que teve como objectivo a avaliação da condução de um grupo de 83 pessoas durante duas horas de condução numa via monótona. A fadiga instalou-se em 18% dos condutores. Os 83 condutores ultrapassaram no total 260 vezes as margens da estrada, a fadiga esteve presente em 33,5% das vezes (Karrer et al., 2005). Este estudo chegou à conclusão que o tipo de via influencia o tipo de condução, ao aumentar a fadiga.

• Refeições pesadas. Um maior esforço dispendido na digestão desgasta o organismo e induz um processo de sonolência.

• Deficiências visuais não corrigidas. Deficiências visuais como miopia e estigmatismo, quando não corrigidas, obrigam a um maior esforço dispendido pelo cérebro, o que resulta num aumento de fadiga.

• Condução a alta velocidade. Este tipo de condução obriga a uma maior velocidade de processamento de imagens pelo cérebro, fatigando-o intensamente, ao contrário do que possa parecer.

Como prevenir e combater a fadiga

Depois de expostas as causas e sintomas associadas à fadiga na condução, importa agora apresentar algumas medidas que um condutor pode aplicar para evitar a fadiga. Costuma dizer-se que um homem prevenido vale por dois, e neste caso a expressão pode-se aplicar ainda com mais pertinência. O combate à fadiga começa muito antes do acto propriamente dito. Como é que um condutor pode combater e prevenir a fadiga?
Primeiro, começando por não subestimar a sua importância. Depois, perceber que condução e fadiga são incompatíveis. Após garantir um descanso com um sono de qualidade, o condutor deve saber interpretar os sinais de fadiga e não conduzir quando se sente fatigado; no caso de se encontrar fatigado, quando já estiver a conduzir, deve parar e descansar um pouco antes de prosseguir viagem. Deve também evitar a condução no período normal de descanso, entre a meia-noite e as seis da manhã. Antes de conduzir não deve ingerir álcool, muito menos quando se sente ensonado: os dois factores aumentam o estado de fadiga. Também é muito importante manter um estilo de vida saudável, com uma dieta salutar e exercício físico regular: tais medidas não só aumentarão a qualidade de vida como a qualidade do sono eu lhe está subjecente.
Propõe-se, seguidamente, uma série de conselhos para o condutor que se prepara para realizar uma longa viagem. Nesta particular situação, o condutor deve incluir no tempo de viagem o tempo necessário para pequenas pausas. Não se deve começar a viagem com um défice de horas de sono. Durante a condução, convém manter o habitáculo do veículo devidamente ventilado para evitar uma saturação do ambiente. Pela mesma razão, não se deve fumar dentro do veículo. Há que ter sempre por perto um recipiente com água para evitar a desidratação. Longas viagens podem tornar-se um pouco aborrecidas: para combater esse aborrecimento indutor de sonolência, o condutor pode conversar com outro passageiro, caso viaje acompanhado. Se viajar sozinho, o condutor pode ouvir música ou manter uma certa actividade mental, de modo a manter o estado de alerta elevado.

Os profissionais que são mais atingidos são: professores e profissionais de saúde pelo excesso de trabalho que eles possuem.....

postado por: Emerson Rodrigues Macedo

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